5 de maio de 2009

Voltei (a mim)

Tudo tão branco e macio, muito agradável aos olhos, ao toque. Sinto-me bem, tenho vontade de rir e fazer piadas, pôr os outros a rirem do mesmo que eu. Eles riem só de me verem sorrir, sem nada de concreto, apenas boa disposição.
Não sei quem é esta gente mas sinto-me bem entre eles e parece que sou muito popular, tratam-me bem, dão-me palmadinhas no pescoço e nos ombros, procuram que eu esteja perto deles.
Ela chegou elegante, de branco como tudo o resto, vem a sorrir, é tão bonita quando sorri.
Dá-me a mão, encosta a cabeça ao meu peito, ficamos assim juntos, os outros felizes por nos verem felizes.
Não sei quem é esta mulher bonita mas sinto-me à vontade com ela... É estranho, ninguém fala e no entanto ouço eles falarem, a mulher a dizer-me frases de amor, parece que os diálogos se constroiem dentro da minha cabeça e todos podem participar, dar opinião, concordar sem haver a necessidade de fazer o som para articular as palavras.
Beijo a mulher na testa, ela fecha os olhos e diz-me está bem. Mas só o diz dentro da minha cabeça, tranquila, pacifica.
Acordo com as notas que tenho andado a escrever ao lado da almofada, a luz acesa.
Ouço um grilo lá fora. Ou uma cigarra, não sei. Sei que gosto deste som. Acho que regressei a mim. Não sei explicar isto de outra maneira.
Amanhã vou trabalhar.

1 comentário:

Alexandra disse...

Finalmente um sonho gratificante, onde o equilíbrio e harmonia convivem. De alguma forma e falando muito subjectivamente quase se pode supor que se encontrou reconhecido, protegido e também com um papel protector. São factores aos quais nós, humanos, damos grande valor porque, no fundo, são eles a base da felicidade. Poderá querer significar que algo já foi, ou está a ser ultrapassado de forma salutar. Felicito-o por isso.

Mudando de assunto… chegou de novo a minha vez de agradecer as palavras que me deixou pela segunda visita (pelo que me pude aperceber, deu-se a coincidência de publicarmos os comentários em cada blog com poucos minutos de intervalo lol ).
Contrariamente ao que pode pensar não me é fácil passar para palavras sentimentos. Não neste momento. Tempos houve em que sim, as palavras fluíam e não sentia qualquer dificuldade em expressar o que quisesse e como quisesse. Mas, como já antes foi falado, a vida dá voltas que não esperamos e para as quais muitas vezes não estamos preparados. E, nessas alturas, tudo se torna mais difícil pelas circunstâncias.

Não há quem nos ensine a perceber emoções. Ou nasce connosco, ou nunca o conseguiremos fazer. Você encontra-se na primeira circunstância, infelizmente com a ajuda da sua própria experiência que proporciona uma sensibilidade maior.

Como pode ajudar? Já ajuda e sempre ajudou desde que comecei a ler o seu blog. Ajuda sempre que vai ao meu espaço onde, invariavelmente, deixa simpatia, carinho e atenção. Ajuda na medida em que me permite ajuda-lo, mesmo de forma diminuta e praticamente nula, se não nula mesmo.
Sempre soube que a compreensão emotiva também estava do seu lado. Não se esqueça que acabamos sempre por começar a fazer parte de quem lemos e de quem nos lê.
Não quero com isto que sinta qualquer obrigação, aqui não existem obrigações mas sim compreensões e acima de tudo, respeito.
Por tudo isso e pela sua sensibilidade o meu MUITO OBRIGADO!!!

Beijo e bons sonhos :)