11 de fevereiro de 2009

Perseguição (dois)

Envergonha-me publicamente, todos os meus colegas presentes na reunião assistem, nem um se levanta a meu favor.
Sinto-me péssimo, tento falar sobre o trabalho que faço, como me empenho, mas a admoestação continua, o atraso na entrega dos relatórios, sempre os relatórios, todos os dias os relatórios, digo-lhe para comer a merda dos relatórios, que uma empresa não se faz só de escrevinhar relatórios.
Perante a minha revolta, o chefe levanta-se na ponta da mesa, cresce, ergue o braço e desgraçadamente vejo que tem um coto.
Acho que acordei com o meu próprio berro... Não consigo entender de onde vem esta fixação, mas tenho de descobrir, isto dá cabo de mim.
O pior é que quando encarar o chefe, na vida real entenda-se, vou lembrar-me do que ele me disse, vou ter-lhe raiva, depois irei recordar-me do coto e talvez sinta nojo, ou medo, ou ambos. Não sei.
Sinto-me nauseado.

4 comentários:

Alexandra disse...

Quem quer/consegue voltar a adormecer depois de ter tido um sonho como o anterior? Só se fôr alguém suficientemente masoquista.

De qualquer maneira têm ambos pontos em comum. De tal forma que até os colocou em sequência e, fê-lo propositadamente. Será a sua forma real de transmitir a fixação que julga existir?!

Visto que a amputação é um conteúdo que me parece ser recorrente, tomo a liberdade de lhe deixar algumas palavras que me parecem fazer parte constante de sonhos desta índole: Admoestação, vergonha, revolta, desamparo, relação com figuras de referência (neste caso c poder), frustração... e fico por aqui embora mts mais possa incluir.

E, quando vir o chefe na realidade, não vai sentir mt desagrado porque, felizmente, de imediato vai distinguir o real do imaginário.

Percebo que sofra bastante (e, não é para menos) até pela forma tão real e clara como deixa transparecer os conteúdos, mas está a fazer um trabalho excepcional!!

Parabéns pelo seu trabalho e também pela sua excelente escrita.

Obrigado pela sua presença no meu espaço.

ps: e agora para entrarmos um pouco na brincadeira... tb se tivermos uma raivazinha de estimação ao chefe, não é nada do outro mundo, até faz bem. Vira bode expiatório e ficamos mais leves :)

Alexandra disse...

Peço desculpa mas queria responder a esta questão e esqueci-me anteriormente.

"Afinal, o que sería do mundo sem a musica?"

Qt a mim a música é o veículo de transmissão/recepção de sentimentos e emoções mais fiável,se falarmos em termos de compositor e ouvinte. Tanto para um como para outro é a possibilidade de deixar transparecer aquilo que vai na alma. E, embora as interpretações possam ser diferentes entre emissor e receptor, não há nada mais belo do que esta realidade.

O mundo sem música seria, talvez, um deserto.

Costumo perguntar a mim pp que seria de mim sem a música e, prefiro nem saber a resposta!

casa de passe disse...

pobre de ti!
Vem a meus braços!

(loulou)

coelhinho disse...

é urgente que tomes um calmante bem forte antes de te deitares. talvez assim tenhas um sonho fortemente agradável que te faça esquecer este.