13 de janeiro de 2009

Aflições da natureza

Levantei a tampa da sanita e ouvi a urina a caír na água, um ruído certeiro. A mão direita espalmada nos ajulezos da parede em frente, à distância do comprimento do meu braço. Uma sensação boa de alivio, constante. Tão constante que não paráva o fluxo. Olhei-me, nada de estranho, apenas o liquido a saír sempre com a mesma intenisdade, não paráva. Comecei a perguntar-me onde tería tanto para vazar tanto. E aquilo sempre a saír.
Foi quando a minha mão direita começou a enterrar-se na parede como areia movediça. Uma parede mole que me engolía lentamente a mão, o pulso, começava a desaparecer o cotovelo.
E eu naqueles preparos, sem parar o que constante lá saía alinhado num leve arco e atingía a poça de água no fundo da sanita.
Reparei então que era a minha própria urina que desfazía a base da parede de azulejos onde se encostava a sanita, a ía desgastando aos poucos, corroendo e esboroando.
Afligi-me: se fazía aquilo à parede que acontecería se me tocasse na mão que segurava o membro? Se pingasse para os pés?
Larguei o pénis. Mas este descontrolado sem a guia de mão esguichou ao redor e conforme a urina se espalhava ía golpeando tudo.
Rachas nas outras paredes, as minhas calças cortadas e o braço afundado na parede semi-demolida restava num coto perto do ombro.
Acordei.
Sem ter a certeza de o estar.
Verifiquei como estava o meu corpo, se nada me faltava, espreitei para dentro dos boxers.
Deitei-me e lá adormeci. Com uma bexiga do tamanho da de um porco. Até de manhãzinha.

2 comentários:

Teresa Durães disse...

pensei que resultasse numa cama molhada pela manhã!

casa de passe disse...

o senhor fez-me lembrar um antigo cliente meu que tinha , quase por cima da sanita da casa de banho dele, um buraco...

naturalmente foi pela mesma razão que ele fez obras à casa de banho.
para tapar o dito buraco e não sonhar com pesadêlos........

não seria?


(nini)