22 de novembro de 2008

Uma perfeita desconhecida

Entro no Metropolitano. A abarrotar. Viajo encostado às portas, espalmado, cheio de calor, sem ar para respirar, parece que toda esta multidão nada sente, os olhos parados.
Mais uma estação: sou violetamente socado na zona dos rins por mais uns quantos que se atiram para dentro da carruagem. Tão pouco tenho espaço para me virar e exigir um pouco de educação.
O metro guincha com a velocidade que atinge. As mulheres têm os cabelos a esvoaçar e os homens as gravatas de lado.
No meio de tanta gente sinto que alguém me olha fixamente. Mas sinto-o no pescoço como se fosse uma picada. Viro a cabeça e no relance avisto uma mulher. Sorri-me.
Abraça-me pelas costas, as mãos dela muito hábeis entram dentro dos meus bolsos. Acaricia-me. Fico aflito.
Sinto-lhe os mamilos nas costas num roçar lento que me põe louco, ainda mais porque não consigo voltar-me e encará-la.
As mãos dela percorrem-me as pernas, o interior, a face externa em ligeiras pressões como que a experimentar-me, a desafiar-me.
Sopra ao de leve no meu pescoço, nas minhas orelhas e eu naquela posição de estátua.
Sinto um chupão prolongado junto ao colarinho, aquilo arrepia-me, agarro-lhe uma das mãos mas ela guia a minha própria mão ao meu sexo e afaga-me por cima das calças. Sinto uma erecção cada vez mais pronunciada.
Abre-me o fecho devagar, leva uma eternidade, ferra-me os dentes no pescoço e prende um pouco de carne, magoa-me e excita-me.
Toda ela se roça por mim, pelas minhas costas, mete a mão por dentro das calças e aperta-me o sexo com uma segurança e força controlada. Masturba-me lentamente. Fecho os olhos, não quero saber onde estou ou se alguém possa adivinhar o que está a acontecer.
Pelo altifalante anunciam a chegada à próxima estação com ligação a uma outra qualquer.
Ela pára. Eu sinto-me todo a tremer, a latejar.
Toda a gente sai e fico sózinho na carruagem. Procuro um recanto onde possa terminar o que ela começou mas mal o descubro a carruagem enche-se de novo e ela regressa. Sorrio.
Acordo um pouco enjoado.
Fico acordado por bastante tempo a reviver o sonho.

1 comentário:

Teresa Durães disse...

sempre a mulher presente o desejo saciado