18 de novembro de 2008

O carrossel mágico

Apanho a geringonça já em andamento, salto com uma leveza e elegância dignas de um alce, aquilo sempre a girar e eu de pé, pernas afastadas, há uma leve brisa que me ondula a roupa toda branca.
É um carrossel, a música de realejo repete-se indefinidamente mas é agradável.
Há cavalos, há unicórnios, há zebras, há panteras. Um colorido imenso que contrasta com a minha alvura.
Eu simplesmente estou ali, sempre de pé e a aguentar-me naquele ondulado de tábuas que estalam sobre o mecanismo, senhor do carrossel.
Quando apanho um baixio reparo que uma onda sobe e avisto uma chávena e o respectivo pires, enormes, gigantescas. Lá dentro uma mulher. Nua. Braços apoiados sobre a beirada da chávena, sempre a sorrir-me, a atirar-me pequenos beijinhos vermelhos que lhe saem da boca pintada e vêm a planar até aos meus lábios.
Surpreendo-me com tal façanha, vou ao seu encontro.
Ela chama-me silenciosa com o braço esticado e o polegar a encaracolar-se para si e para mim num gesto de vem, vem.
É então que perco o equilibrio, mal consigo aguentar-me numa perna quanto mais alçar a outra para me aninhar junto da mulher e dentro da chávena de tamanho XXL.
Ela ajoelha-se, a boca dela à altura das minhas pernas, rasga-me as calças, envergonho-me, cubro-me com as mãos mas o rodar do carrossel não me permite que me esconda e lá me agarro à caneca para não caír.
Felattio.
Dos melhores, dos mais bem feitos e conseguidos.
Com todos os toques, mimos, apertos e ritmos que se possa querer. Ou sonhar.
Quando acordei - garanto - senti tudo como se fosse real...

1 comentário:

Teresa Durães disse...

sonhos que nos deixam a desejar