17 de novembro de 2008

Velocidades

Conduzía o meu carro numa ampla estrada. Só eu, mais ninguém. O carro era esquisito, não tinha pedais, nem caixa, só o volante, mas bastava a minha vontade para que ele ganhasse velocidade ou reduzisse.
Aventurei-me a pensar que seguía a uma alta velocidade.
Aquilo disparou. Senti o meu corpo todo ser atirado contra o encosto do banco, a pele da cara a ser esticada para trás, os olhos a afiarem-se.
Do receio inicial conquistei um á-vontade que me levou a desejar ainda mais velocidade, tanta, que conseguisse que o carro largasse o asfalto e se erguesse nos céus.
Foi quando comecei a ver vários carros a ultrapassarem-me, aquele ruído tipico da velocidade a rasgar o ar, zum, zum, e todos me deixavam para trás!
Afinal eu ía bem devagarinho e de nada me valía pensar em atingir o som que prosseguía sempre no mesmo...
Fiquei triste e até envergonhado quando um setubalinho com barulho de mosca me passou nas calmas.
E mesmo à frente do meu bólide um buraco na estrada, que quanto mais me aproximava mais se alargava sem que eu conseguisse travar e evitá-lo. Entrei por essa cratera, o buraco fechou-se, continuei nessa marcha subterrânea, sem luz, mas destemido.
Como um túnel, o buraco abriu-se para a minha saída e feliz, verifiquei que tinha sido o 1º a chegar ao meu destino.
Lá para trás, como pontinhos perdidos, todos os outros que me havíam ultrapassado.
Acordei cheio de energia.
Também é certo que dormi 8 horas seguidas. Para compensar as olheiras que tinha trazido da véspera...

1 comentário:

Teresa Durães disse...

eu tinha um sonho frequente onde não sabia conduzir apesar de ir ao volante. Não acordava refrescada, pel contrário!