Deitei-me tranquilo. Pode-se dizer, sem nada na cabeça.
Creio não ter demorado a adormecer.
Ela voltou. Outra vez aqueles olhos a fitarem-me.
Disse-me um Olá apenas a mexer os lábios sem som.
Desta vez deixei-me de vergonhas e encaro-a, quero que ela perceba que me intriga, que me envolve.
Sinto-a girar à minha volta, lentamente, um movimento de rotação que me obriga a ir virando à procura dos olhos dela, ela sempre com aqule Olá mudo que parece que ainda me excita mais, é um convite, é isso! Um convite para ir até ela!
Acordo fora da cama. Um valente trambolhão!
Sinto-me entorpecido. Aborrecido por ter acordado nesta hora tão despropositada, logo agora...
Olho o relógio, só passaram 20m desde que me recolhi.
Volto a deitar-me.
Mas o sono não chega, viro-me e viro-me e destapo-me e tenho frio e o diabo a sete!
Levanto-me.
Passo a noite no sofá a fazer zapping e a vê-la no ecrã.
Amanhã acabo com isto! Regresso à exposição e pronto!
3 comentários:
impessionante esta descrição de uma obcessão pela mulher do auto-retrato
a esperança pode estar no amanhã, mas também novos pesadelos.
E voltou? Espero que sim!
o trambolhão é que foi despropositado lollll
Há sempre que ver a parte mais gira da questão.
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