12 de outubro de 2008

Subconsciente superior

Hoje discuti com o meu chefe. Nada de demais, mas aborreceu-me. Fiquei contrariado por um bom bocado. Depois esqueci-me, claro.
Mas aquilo deve ter ficado a remoer cá dentro pelo subconsciente...
Adormeci sem dificuldade.
De repente tive a sensação que ía a caír no vácuo, despertei, apenas a cabeça saíu do enquadramento da almofada, nada mais. Ajeitei-me, fiz uma cova no travesseiro e rápido encontrei o sono.
Lá estava ele, ao fundo da sala, de dedo espetado, um braço elástico que chegava até ao sitio onde eu estava. Como cenário os outros colegas, todos junto a ele. Eu de cá, sózinho.
Berrava, o som chegava-me sem perceber as palavras, de vez em quando o meu nome proferido, distinto, em ondas propagadas que me ensurdecíam. Sempre em tom ameaçador.
Sei que voei. Bastou pensar-me em ser capaz de voar, como um salto ágil de um felino que descreve um arco no ar.
Aterrei em cima dele. Os outros recuaram. Era só eu. Senti-me um vencedor. Ele desaparecera.
Despertei, olhei o relógio, ainda tinha mais duas horas de sono até ter que me levantar.
Adormeci como um bébé.

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