22 de outubro de 2008

En(Cantar)

A sala está completamente cheia.
É uma espécie de bistrot mas com palco.
Vejo distintamente as cortinas vermelhas de veludo, pesadas, orladas de uma franja alta dourada.
Os que se sentam nas pequeninas mesas de tampo de mármore bebem e fumam, há um ruído de fundo elegante e agradável.
Espera-se que o espectaculo comece.
E qual não é o meu espanto quando me chamam ao palco para cantar.
Fico feliz pela ovação que se abate sobre a sala, as cabeças a rodarem e a procurar a minha pessoa.
Chego ao palco, não sei que música vou cantar nem vejo orquestra nenhuma, e no entanto um som de clarinete ecoa, encanta-me, sei o que devo fazer, agarro o micro anos 40, abro a boca e uma melodia nostálgica silencia em admiração quem me ouve.
Acordo, fico muito quieto, ainda consigo ouvir os acordes ao longe, muito ao longe... aconchego o travesseiro ao rosto e durmo feliz.

1 comentário:

Alexandra disse...

Vê como nem tudo é mau?! :)