17 de outubro de 2008

Vida&Morte

Deito-me. Adormeço. Abro os olhos. Assomando à porta do quarto um amigo que já morreu há algum tempo. Chega-se a mim, senta-se na cama. Soergo-me.
Durante algum tempo ele fala, admoesta-me por atitudes do passado. Embora o ouça com atenção penso obssessivamente que tenho de acordar, que isto não passa de um sonho.
Ele agarra-me nos braços e alerta-me: isto não é um sonho.
Eu sei que é mas ele insiste que não.
Fico confuso.
Penso numa forma de despertar para ele desparecer, sei que só assim ele se vai embora e poderei acordar e voltar a dormir sem fantasmas.
Digo-lhe que está morto, logo não poderá falar comigo que estou vivo.
Ele sorri... Diz-me que apareceu apenas para me falar de coisas que não teve tempo.
Grito NÃO.
Estou sentado na minha cama, a almofada ao alto encostada à cabeceira, tal como no sonho.
Quero levantar-me, andar, beber um pouco de água, certificar-me que estou vivo.
Mas tenho medo, muito medo de encontrar o morto.

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