19 de outubro de 2008

Invasões

Entrei num elevador e fiquei confuso ao olhar o painel dos botões. Quería ir para casa, sabía o meu andar mas ao ver que todos os botões tinham os mesmos números fiquei indeciso em qual deles carregar. Contei-os, de baixo para cima. Carreguei no que estava em 5º lugar.
O elevador subiu, subiu, subiu. E porque achei que tinha subido demasiado voltei a carregar no mesmo botão. Desceu. Parou. As portas abriram-se.
Saí e dei comigo num atrium de um hotel.
Fiquei baralhado, pedi desculpa por estar ali mas envergonhado não quis perguntar que elevador devería tomar para regressar a casa.
Um empregado fardado guiou-me e muito afável disse-me que me levaría até ao meu andar.
Subimos. Reparei que o elevador era daqueles à antiga, com banco de capitoné em veludo, tudo muito luxuoso. Saímos e ele foi à minha frente, abriu a porta da minha casa e ficou à espera que eu lhe desse gorjeta. Mas eu não tinha dinheiro e ele ficou furioso. Insultou-me e desapareceu.
Entrei em minha casa e qual não é o meu horror quando vejo estranhos a dormirem na minha cama que estava mesmo no centro da minha sala de estar.
Acordo agitado, chateado, contrariado.
Por todo o dia fico com esta sensação de invasão dos meus dominios.

1 comentário:

Alexandra disse...

E tem td a razão em se sentir invadido!

Não haverá uma vida social a invadir uma vida privada? Nem precisa responder. A questão é colocada somente para si.