13 de dezembro de 2008

Sinais (?)

Entrei no duche. Água boa, quente, uma maravilha. Rolos e rolos de fumo pela casa de banho, tudo embaciado, uma sensação agradável, deixei-me ficar debaixo daquele gotejar contínuo, olhos fechados.
Passei as mãos na cara, na cabeça e ouvi um ruído de qualquer coisa caír. Fechei a água, saí, procurei em volta a causa do barulho. Nada, não vi nada.
Esfreguei-me vigorosamente, de novo o ruído mas desta vez com som diferente. Fiquei imobilizado e de ouvido atento. Nada.
Senti uma coisa nos pés... olhei. Surpreendido, vi que eram cabelos, rolos de cabelos escuro. Não percebía de onde aquilo viera, como tinha aparecido ali aos meus pés.
Comecei a ficar com frio, embrulhei-me na toalha mas para grande horror meu, a toalha estava cheia do mesmo cabelo que agora tombava por todo o chão da casa de banho. Levei as mãos à cabeça, sería meu? Estaría careca? Não, sentía o meu cabelo agarrado, mas pegado às mãos tinha trazido uma mecha farta.
Entrei em pânico, limpei o espelho retirando aquela película orvalhada que não deixava ver-me... tinha a cabeça cheia de peladas, faltava-me um olho, gritei, gritei muito!
Tapei a cara com a toalha, olhei o fundo da banheira, lá estava, preso no ralo, o meu olho, agarrei-o e a tremer de frio e de medo, lá arranjei coragem para me encarar.
Mas quando tirei a toalha a ponta do nariz veio atrás... depois os dentes caíram-me, soltos, à vez...
Era um desespero!
Tentar enfiar o olho na órbita, acamar os bocados de cabelo na cabeça e os dentes, eu punha e eles soltavam-se de novo... Mas não havía sangue nenhum, nada... Pensei que era um sonho, apenas um sonho, bastava eu querer e aquilo paráva... Fechei os olhos e voltei a mirar o espelho, tudo no sitio, normal, a minha cara completa.
Despertei.
Sustive a respiração, não me mexi, apenas fixei o tecto.
Veio-me à memória que a minha Avó me costumava dizer que quem sonha com dentes é sinal de morte de alguém próximo.

1 comentário:

Teresa Durães disse...

estranho o dizer da tua avó. não conhecia